quinta-feira, 30 de maio de 2013

Contos de Daicou

Olá, pessoal!! Resolvi escrever alguns pequenos contos paralelos para deixar a história mais consistente. Fiquei com esta ideia principalmente pela história empolgante do sábado passado! Aí vai o primeiro! Não deixem de comentar!
     
O custo de uma descoberta
         - Senhor, dessa da carruagem! O guarda falava sério. Tinha a mão no cabo de sua espada.
Suando frio, Teodoro desceu da carruagem rezando para que estas não fossem vasculhassem com muito detalhe! Toda a prataria estava lá!
         Temia que a magia de ilusão não funcionasse, pois poderia perder sua família! Estava sendo procurado pelo governo de Daicou já há três dias e esperava não topar mais com guardas. O mago que viajava com ele era jovem e sua magia poderia falhar. Tentando não parecer muito nervoso, ele esperou. O homem subiu na carruagem e olhou dentro. Enquanto isso, o outro guarda olhava para ele. Então, algo chamou sua atenção:
         - Senhor, o que leva neste porta-papel? Temos ordens para revistar tudo que sai de Daicou, inclusive informações e mensagens!
         A herança mais valiosa do mundo pensou Teodoro. Ele carregava consigo o poema que havia escrito para seus descendentes. Queria que pudessem conhecer o motivo de sua fuga, queria que soubessem que não era um covarde. Já havia espalhado a lenda do mapa dos santos. Porém, ao guarda nada respondeu.
        O guarda ficou mais curioso. Tentou pegar o recipiente do pergaminho à força, mas Teodoro se afastou com destreza.
        O guarda o encarou. Olhos nos olhos, parecia indignado e ao mesmo tempo curioso e então, deixou alguma raiva divertida escapar por um irônico sorriso. Mantinha a mão firmemente no cabo de sua ama. Teodoro, por sua vez, mantinha os olhos duros, em desafio férreo em defesa ao que era seu. Sua mão se agarrava com tal força no recipiente que os nós dos dedos já estavam brancos.
        O outro guarda desceu da carruagem trazendo a filha mais velha de Teodoro pelo braço.
        - O que está acontecendo aqui? perguntou ele com um tom autoritário.
        Ao ver a filha adolescente chorando em uma das mãos do guarda e uma peça de prata na outra, ele soube: estava perdido.
        A tensão que sentia começou a contrair seus músculos que se sacudiram em espasmos. Seus olhos viraram para trás. Em sua mente, um furacão de pensamentos causava vertigem mental. Sabia que estava falando, mas não sabia o que falava. Seus olhos não viam o mundo à sua frente, somente viam a torre-cidade. A mesma imagem de todos os seus pesadelos desde que passara pelo portal. A última palavra que falou saiu como uma explosão de rompimento de uma represa: TENEBRARUM!
       Foi voltando a si aos poucos, ainda confuso e com a visão turva. O mago o ajudava a se levantar. Ao lado direito, sua mulher e seu filho criança estavam abraçados, chorando assustados.
       Como um relâmpago, a lembrança dos guardas e da ameaça que representavam voltou em sua mente. Os procurou e viu um deles vagando abobado, pronunciando palavras à esmo. O outro estava sentado no chão, balançando repetidamente e com as duas mãos apertando a cabeça com uma cara que misturava dor e terror.
      Não sabia o que havia acontecido, mas sabia que precisava aproveitar o momento para fugir.
      Foi quando a viu. Paralisada, com um olhar distante, opaco e vagando sem objetivo estava Liza Nanovieis, sua linda e amada filha. A maldita cidade-torre o salvara dos guardas, mas danificara o que mais prezava na vida! As pessoas deveriam saber do perigo que aquele portal representava! E estava embaixo da cidade! Isso não podia ficar assim. Não podia...




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